segunda-feira, 17 de março de 2014

She



Ela não sabe. Ainda não sabe.
Talvez nunca saiba.
A sucessão de fatos e acontecimentos durante toda sua vida tornou-a um pouco arredia e incrédula no que diz respeito a planos, decisões e confiança.
Confiar. 
O que é confiar? Como confiar? Como será? O que será? O que pode vir a acontecer?
Que é a vida se não várias etapas a serem concluídas, vencidas, empatadas ou perdidas? 
É esse medo de não saber o pode acontecer que faz com que ela acabe por sufocar-se em meio aos devaneios.
O medo existe e é evidente.
Ela teme os riscos, as decisões, os caminhos que possam ser precipitados.
Mas, novamente: a vida é um livro em branco esperando por preenchimento, sem aviso prévio de erros ou de futuros tombos.

E algo dentro dela grita:
- Vai, menina! Põe teu rosto de sorriso, solta o cabelo e joga a vida.


[...]

"P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol." 
(Caio F.)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

If...

E se.. Se deixar o amor amar?!
Sem se importar se ele vai estar vivo amanhã?
E se.. Se deixar o amor chegar?!
Sem importar como nem quando?

E se.. O amor não for aquele pra sempre..
É porque estava na hora de ser outro amor..
Quando parar de pensar nos Ses..

Por Cris Ferreira

terça-feira, 13 de setembro de 2011

E de novo?

Sabe aquele medo, aquela insegurança de não dar certo...de você voltar a viver todos aqueles tormentos, aquelas angústias, as mesmas velhas decepções.
Dores cicatrizadas...Ferimentos cobertos e adormecidos.
E o medo aflora quando surgi um indício de tudo aquilo voltar. Você fica com um pé atrás, de maneira inconsciente vai se afastando aos poucos, criando muralhas em volta de seu já machucado coração...
E quando de repente começas a se deixar levar por novas emoções, novos amores, eis que surge repentinamente a amiga do medo, ela mesmo, a insegurança!
-"E se não der certo?";-"E se eu me entregar demais?";-"E se...";-"E se..."
Receio de sofrer, de chorar feito criança, de achar que aquilo é o fim...Medo disso, medo daquilo...
E no fundo temos dó do pobre coração que não suporta mais sofrer...coitado, até quando vai aguentar? Será que ele é tão forte assim? Será que ele supera mais uma alfinetada...um chute, uma rejeição? Será que...? Será que...?
E o que fazer?
Tenho medo. Sou forte...mas há momentos, como nesse exato instante que me dá um arrepio, que faz eu perceber o quão meu coração pode ser frágil, e que talvez as muralhas que construi ao redor dele não foram tão fortes como eu imaginava...aliás,nunca são!
Ah coração, tenho dó de ti...já passaste por tantas armadilhas, por tantos abismos...você merece sossego... mas não sossego de amores, amores são sempre bem vindos...Precisa apenas de um tempo dessa insegurança que insiste em te atormentar.

[...]

depois...

É isso, sei lá, mas acho que amo você.

Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos.

Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.

Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você.

Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a pisar naqueles cocôs da sua rua, naquelas pocinhas da sua rua, naquelas florzinhas amarelas da sua rua, naquele cheiro de família bacana e limpinha da sua rua.

Outro dia me peguei pensando que entre dobrar aquela esquininha da sua rua e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia a esquininha. A esquininha que você dobrou quando saiu da casa dos seus pais, a esquininha que você dobrou chorando, porque é mesmo o cúmulo alguém não te amar. A esquininha que você dobrou a vida inteira, indo para a faculdade, para a casa dos seus amigos, para a praia. Eu amo a sua esquininha, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu.

Amo você, mesmo sem você me amar. Amo seus rompantes em me devorar com os olhos e amo o nada que sempre vem depois disso.

Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu.

Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Virando e dobrando a sua esquininha. Afinal, por ela você também passou quando não me quis mais, quando não quis mais a minha mão pequena querendo ser embalsamada eternamente ao seu lado.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Someday

Ficou centrada na sua dor, sem paciencia de esperar.
Não enxergou que ela estava do seu lado: uma lagarta tecendo seu casulo, ansiosa em desabrochar e mostrar-lhe suas belas asas.
Mostrar que podia, realmente podia...

E enquanto isso,
a lagarta continua em seu lugar,
a tecer seu eterno casulo.
Mas ela sabe...

Nem tão cedo tampouco tarde,
suas asas finalmente encontrará seu lugar
E desabrochará.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma escolha



Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração.



Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Another place


Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida, e fico horas sem pensar absolutamente nada!!!
Acho que parte de mim é vontade e a outra é medo de me enfrentar.
Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.

Queria te abraçar agora e despejar minhas dores convertidas em lágrimas e murmúrios não contidos.
Acho sempre que um dia ainda vou encontrar abrigo em alguém. Nada parcial, nada temporário.
Sei que minhas frases impulsivas assustam e que meus modos inconstantes afastam. Não consigo me regrar, me moldar para servir em algo ou alguém.
E não, eu não quero morrer. Tenho muita vontade de vivenciar essas distrações que inventaram pra ocuparem a gente enquanto vivemos. As drogas, os exercícios
físicos, as músicas, os livros, a televisão, os sapatos, os perfumes, a dança, os sabores e tudo aquilo que a gente nunca vai descobrir por completo.
Mas eu tenho pressa, tenho ânsia de pisar no chão e me jogar na vida. Que meu tempo seja curto, mas que seja suficiente e tão intenso quanto o que queima dentro de mim.
Eu esperava que as coisas que eu conhecesse fossem preenchendo as lacunas que haviam em mim, mas quanto mais eu conheço, mais lacunas se abrem.
E então as coisas não são mais bonitas ou confortáveis. Tudo passa a ser mais detalhado, mais visto de perto. Me vejo tão de perto que me assusto.
Quando alguém conhece sua dimensão é sempre assustador e sei que ainda tenho muito mais pra ser.
Não tenho paciência de esperar que amanhã melhore. Se hoje não está bom, então amanhã não vai estar e eu quero que esteja logo.
Todas essas indas e vindas, estas guerras e mortes, estes nascimentos, as overdoses e a fome, e eu aqui, me martirizando com a minha dor que é pequena quando posta ao lado das dores do mundo. É que tenho necessidade de me pensar, de ser singular pelo menos aqui dentro de mim, já que lá fora sou só mais uma.

Que facada no peito é essa vida, não?! Estou tentando desabafar com as palavras pra poder acordar mais leve amanhã.
Não existe nada exato pra dizer. Tenho asas, pés que se dividem entre o pisar e o voar.
Vai sempre faltar alguma coisa, nunca estarei concluída. Eu espero, as coisas brecam, o tempo corre, a minha ordem é uma desordem.
É este meu hábito de contradizer que me faz propositalmente avessa.